quarta-feira, 29 de junho de 2011

A CRISE DOS 40 ANOS E A VIDA CONJUGAL

Então surge a etapa da meia vida. Parece que toda a resistência do casal é colocada a prova. Justamente pelas mudanças e conflitos que acontecem particularmente em cada um dos cônjuges nesta etapa, é que a relação conjugal se vê afetada.

É hora de enfrentar o temor que vem por estar entrando na “terceira idade”, e encontrar o rumo que entendemos ser a vontade de Deus para as nossas vidas.

Como toda crise possibilita profundas mudanças na personalidade, a crise dos anos 40 significa um risco para a vida conjugal. Todo casamento tem seus momentos difíceis e seus momentos excitantes; seus altos e baixos. A maioria dos casais de hoje sucumbe; os que conseguem êxito, sobrevivem passando por tais mudanças. O segredo de uma boa relação conjugal é aceitá-las. Não há lugar para estagnação, senão ocorre a morte!

Bacon disse, “quem não está disposto a aplicar novos remédios, terá de esperar novos males.”(SPINNANGER, Ruthe T., Mejor que el divórcio. Terrasa, Barcelona: Clie, 1978.p.24)

A mulher pode ficar muito vulnerável, quando o último filho sai para viver sua independência e o “ninho fica vazio”; quando surgem as mudanças impostas pelo climatério e a menopausa.
Devido a um processo cultural histórico, muitas mulheres têm recebido uma identidade temporária através do êxito de seu esposo e filhos, mas como é uma identidade que não é própria, quando o casamento se desgasta, o esposo não a necessita ou os filhos se vão, a máscara cai e surgem os sentimentos de frustração e consequente agressividade interiorizada e exteriorizada.

A mulher necessita fundamentar sua autoimagem, autoestima e identidade própria, no propósito para o qual Deus a fez como indivíduo.
O homem pode ficar muito vulnerável, quando chega o tempo da aposentadoria, principalmente as forçadas pela crise mundial; quando começa a viver seu climatério, ainda que diferente da mulher.

Homem e mulher sofrerão principalmente a distância que vivem como fruto de não terem investido no relacionamento conjugal, mas na vida profissional e na educação dos filhos. E agora podem ter se tornado dois ilustres desconhecidos, sem os filhos que já se foram e com a desilusão de não ter encontrado na profissão, a realização esperada. E para colmo, os sintomas visíveis do envelhecimento como perda de cabelo, aumento de peso, as rugas, os cabelos brancos, diminuição das capacidades como memória, visão, força física... fazem com que a morte se torne uma realidade.

Uma grande ameaça à vida conjugal, acontece quando o esposo começa a sentir infelicidade com a vida, a sentir que o melhor estava no passado, a sentir lástima por si mesmo por ver-se pressionado pelas responsabilidades, o que pode levá-lo a rebelar-se contra tudo e abandonar as duas coisas que ele percebe como a causa de seus problemas: sua esposa e seu trabalho. Quando se der conta de que esta não era a solução, voltará a sentir uma maior desilusão e mais autocompaixão.

Em meio a todos esses sentimentos, o grande inimigo de nossas almas que está ao redor buscando a quem tragar, não perderá a oportunidade de insinuar possibilidades de adultério, que uma vez efetivado é uma causa importante de separação entre o homem e seus seres amados em um momento em que o apoio e a compreensão se necessitam desesperadamente.

Quando o casal tem um bom casamento, a adaptação a todos esses conflitos será mais fácil, porque marido e mulher encontrarão um novo calor em sua relação e trabalharão juntos pelos anos futuros.

Mas não é só tristeza ... é um tempo em que não há a interferência dos filhos, consequentemente mais tempo para os dois; normalmente há mais estabilidade econômica...

A crise dos anos 40, é um tempo para o casal parar para analisar as questões realmente importantes da vida.

“... e me puseram por guarda de vinhas; a minha vinha, porém, eu não guardei.” (Cantares 1:6b)

Se isso aconteceu, se um dos cônjuges ou os dois estiveram tão ocupados com os labores da vida: estudos, trabalhos, filhos, ... ainda há tempo!

A sementinha que foi plantada em nosso jovem coração necessita de cuidados, de tempo. Apesar de que o tempo já passou, será necessário perdoar todas as decepções e frustrações pelo cônjuge não ter correspondido àquela imagem idealizada da juventude, mas aceitá-lo como ele é; entendendo que este é o cônjuge que Deus nos deu para juntos sermos uma só carne.

Mas,
“Toma tempo ser um cavalheiro ou uma mulher gentil.
Toma tempo ser agradavelmente cortês.
Toma tempo mostrar as pequenas cortesias que são tão importantes para dar felicidade na vida.
Toma tempo desfrutar cada dia, suas pequenas delícias.” (W.Phillip Keller, Domine las tensiones. El Paso,Tx.: Mundo Hispano, 1982, p.113.)

Para ter esse tempo é necessário um compromisso com a aliança do casamento, conscientes de que Deus foi testemunha e nos demanda fidelidade e lealdade.

“Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de lágrimas, de choros e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão.
Perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual foste desleal sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.”
(Malaquias 2:13-14).

É tempo de voltarmos um para o outro e juntos com o olhar fixo no futuro começarmos a sonhar novos sonhos. Pois acredito que quando paramos de sonhar, começamos a morrer! Com este sonho em mente, devemos procurar o melhor foco para assim termos a mais nítida visão do mesmo, e juntos com Cristo poderemos viver os dias de ouro que o Senhor nos tem reservado, dentro do plano original de Deus: um casal que se ama, se compreende, se ajuda, se edifica, se ministra ...enfim, uma vida conjugal em uma só carne!

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